quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

PAIticipação



Sou daqueles que gosta de participar de tudo quando o assunto é família. Quando minha esposa estava grávida sempre ia ao obstetra (inclusive chamava sem perceber de "minha obstetra" causando algumas situações engraçadas).


Tanto o João como o Felipe nasceram prematuramente (o João com 3kg e o Felipe com 2,5kg) e lembro de como ficava com o coração angustiado quando ela começou a sentir dor e corria o risco de aborto.


Minha esposa sentia tudo o que poderia uma grávida sentir, enjoou até da chuva. Teve infecção urinária e no parto do Felipe voltou pra casa com dengue. Imagine: pós-parto e ainda por cima com dengue. E eu lá, sempre ao lado. Na verdade, não digo isso me achando um "pai ou marido especial" não, pelo contrário, não fazia esforço nenhum para estar junto, próximo. Eu não consigo entender é como é que alguns pais trocam a ida ao obstetra por uma rodada de chop com os amigos, isso sim, pra mim seria fazer um esforço enorme.


Assisti aos dois partos que, infelizmente, foram cesários. A dilatação estacionou com 7 cm e, antes que entrasse em sofrimento fetal, o médico optou pela cesária. Isso aconteceu tanto com o João como com o Felipe. No nascimento do Felipe, lembrei do comentário de um amigo que disse não ter sentido nada quando nasceu o segundo, afinal já havia vivido essas emoções com o primeiro. Comigo não aconteceu isso, parecia o nascimento do primeiro filho: fortes emoções, muitas lágrimas e um grande período "anestesiado", abobalhado, sorrindo pras paredes. Se eu tiver um terceiro acredito que vai ser do mesmo jeito.


Semana passada estava meditando sobre o que falam sobre o "instinto materno". Acho que é realmente forte, mas não sei se muito mais forte do que o paterno não, acredito serem diferentes. E tem mais, isso não é algo que é presenteado naturalmente com um barrigão de 9 meses. Se fosse assim, não seria tão comum uma mãe abandonar um filho. E o que dizer daquelas que adotam? Que não o carregam no ventre? Vão ser relegadas a um "instinto" menos forte? Acredito que isso é construído aos poucos, a diferença é que com o pai só acontece depois que o bebê nasce...

... mas como sou hiperativo e não aguento esperar, acabei antecipando esse "sentir-se pai" durante a gravidez, por isso, caso não exista "instinto paterno"eu tenho é o materno mesmo.

Ps- A primeira foto é do parto do João e a segunda é do Felipe.