segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Senso de Justiça


Acredito que não exista uma coisa que nos mude mais do que a paternidade. Na minha vida passei por inúmeros processos de mudanças como quando passei no vestibular, saí da casa dos meus pais aos 19 anos, casei etc. Mas nenhuma mudança foi tão intensa em tão pouco tempo como a que começou a ocorrer depois do nascimento do João e do Felipe.

Uma das coisas que mudou demais foi o meu senso de justiça. Acreditava que seria justo no momento em que desse "a metade de uma maçã para cada, se só existisse uma na geladeira". Ledo engano. Cada um é único, tem necessidades diferentes, reagem e sentem de forma diferentes, possuem sensibilidades particulares e cabe, de uma forma especial, aos pais perceberem isso e atenderem partcularmente a cada um. Percebi também que os extremos muitas vezes se tocam e que facilmente posso cometer um ato de injustiça achando estar sendo o mais justo possível.

João, apesar de sensível, demonstra entender mais o "não pode", o "não faça isso", o castigo (de acordo com a SuperNany seria "disciplina", mas nós optamos por adotar o castigo "mermo" he he). Ele chora quando sofre advertência, mas logo passa o que sente e já corre para nos abraçar. O Felipe já é mais sensível, se recebe um "não" chora copiosamente (nossos vizinhos devem viver pensando que batemos muito nele). O mais difícil é que ele chora muito e volta pra fazer a mesma coisa que estava fazendo antes. Nos testa muito, mas ao mesmo tempo parece sentir muito quando o repreendemos. Sei que é carência, necessidade de receber afeto, amor. E cabe a mim suprir esta necessidade sem, ao mesmo tempo, deixar de educar com firmeza.

Ser justo não é tão fácil quanto resolver uma expressão de álgebra mascando chiclete e ouvindo música.

Ainda bem que optei pela profissão de adminstrador!!!